sexta-feira, 25 de junho de 2010

Girassóis da Rússia

Assiti finalmente ao celebrado filme Girassóis da Rússia (1970) com direção do italiano Vittorio de Sica. O casal protagonizado por Sophia Loren (Giovanna) e Marcello Mastroiani(Antonio) é separado pela Segunda Guerra Mundial (um bom motivo para separar um casal) na qual Antó foi recrutado. Sem notícias oficias da morte do esposo, Giovanna, que se recusa a aceitar sua possível morte, parte para a Rússia na obstinada intenção de encontrá-lo. É na Rússia que se passa a cena mais tocante do filme, quando, sobre uma encantadora plantação de girassóis, Giovanna é informada de que ali estão enterrados os corpos de muitos italianos mortos na guerra. Porém ela estava certa e seu marido não havia se transformado em um radiante girassol (que teria feito a alegria de Van Gogh), não, seu marido continuava vivo, e tão vivo que foi capaz até mesmo de constituir família na Rússia. Giovanna volta para a Ítala amargando durante alguns anos sua decepção, quando então antó viaja para a Itália e a procura, porém agora ela também já constitui sua própria família (outro ótimo motivo para separar um casal), então ele parte definitivamente, numa frase: O filme ficou aquém das minhas expectativas.

Possibilidades da aquarela

Ao pensarmos em aquarela, geralmente imaginamos que seja apenas um tipo específico de tinta, como o são o guache, a têmpera, etc, entretanto a denominação aquarela é mais abrangente, e diz respeito também a qualquer tinta ou pigmento usado de maneira diluída. Nada disso porém exclui a produção de tinta específica para a pintura em aquarela, bem como de pincéis e papéis específicos para sua execução. Na aquarela tradicional, a cor branca não é utilizada: o branco precisa ser o do próprio papel. Em uma pintura com tinta acrílica, por exemplo, o branco é necessário para tornar os pigmentos mais claro; por sua vez, na aquarela, os tons mais claros se dão pela adição de água. Vale a pena testar diferentes e inusitados pigmentos diluídos em água, muito embora os resultados não sejam aqueles obtidos com o uso de uma tinta profissional responsável pela transparência das cores. Neste esboço da Ana Terra utilizei café solúvel e aquarela preta para o cabelo.
Para finalizar, uma sempre válida observação de CHILVERS(p.25)sobre a aquarela:(...)o maoir desenvolvimento da técnica se deu na Inglaterra dos séculos XVIII e princípios do séc.XIX, em particular na pintura de paisagens (...) Por volta de 1800 teve início um período de transição para uma abordagem mais arrojada, em que as cores foram usadas livre e diretamente (...)Girtin foi o mestre consumado da técnica clássica, mais livre, e Turner não teve rivais quanto à variedade de efeitos obtidos(...) No impressionismo, a qualidade de obtenção de efeitos espontâneos, tornou-se largamente apreciada, e a técnica deixou de ser tão somente uma especialidade inglesa.

quinta-feira, 17 de junho de 2010


O legado literário de Erico Verissimo contado através de imagens na Universidade de Cruz Alta: uma temática local e universal

Em um contexto social dominado pelas imagens, contexto esse denominado era imagética, o objetivo norteador da presente proposta será desenvolver uma atividade interdisciplinar, visando à implantação de uma nova maneira de ler Erico Verissimo, através da leitura de imagens, circunscrevendo a investigação à pintura mural e ao grafitti, os quais terão a literatura como matéria-prima.(...)Neste enfoque, a obra do escrito cruz-altense funcionará como o elemento catalisador para a produção de imagens. Tal produção ocorrerá a partir de um recorte literário-pictórico centrado no referido assunto, cuja principal meta será a divulgação da obra de Erico Verissimo (...)

ProfªDrªMaria Aparecida Camargo

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Esboçar

Os esboços são aliados importantes durante meu processo artístico, geralmente realizo diversos deles até encontrar a imagem que mais me agrade: assim aconteceu na série de esboços desenvolvidos até chegar à imagem da personagem Ana Terra. Mesmo artistas que desenvolvem projetos tridimensionais, como escultores, realizam inicialmente esboços bidimensionais. Por meio deles, que podem ser realizados em um elegante caderno de esboços ou folhas avulsas (até mesmo no guarda-napo do bar)o artista dá forma às imagens que habitam de maneira ainda nebulosa a sua imaginação. Eles são a intenção primeira do artista, aquilo que depois se desdobrará em algo muito parecido (ou muito distinto) ou que simplesmente permanecerá ali, com a possibilidade de posteriormente ser utilizado.
Esses esboços, na maioria das vezes, são realizados de maneira rápida com o material que o artista possuir mais à mão(geralmente lápis ou caneta)e que não exijam grande complexidade para sua execução (não é possível imaginar um esboço realizado em mármoe por exemplo) mas nem por isso são menos importantes que a obra finalizada, muitas vezes acontece justamente o oposto, de o esboço possuir a vivacidade e a espontaneidade que a obra finalizada (geralmente realizada com muitos retoques)perde durante sua lenta execução. A este respeito, nos conta CHILVERS (Dicionário Oxford de Arte,p.176)que muitos esboços a óleo de Rubens e Constable foram melhor recebidos pela crítica da época do que suas pinturas finalizadas. O autor também nos lembra a diferença entre esboço e estudo, sendo este último "uma representação de um detalhe a ser empregado numa composição maior, e que pode ser altamente rebuscado".