quarta-feira, 16 de junho de 2010

Esboçar

Os esboços são aliados importantes durante meu processo artístico, geralmente realizo diversos deles até encontrar a imagem que mais me agrade: assim aconteceu na série de esboços desenvolvidos até chegar à imagem da personagem Ana Terra. Mesmo artistas que desenvolvem projetos tridimensionais, como escultores, realizam inicialmente esboços bidimensionais. Por meio deles, que podem ser realizados em um elegante caderno de esboços ou folhas avulsas (até mesmo no guarda-napo do bar)o artista dá forma às imagens que habitam de maneira ainda nebulosa a sua imaginação. Eles são a intenção primeira do artista, aquilo que depois se desdobrará em algo muito parecido (ou muito distinto) ou que simplesmente permanecerá ali, com a possibilidade de posteriormente ser utilizado.
Esses esboços, na maioria das vezes, são realizados de maneira rápida com o material que o artista possuir mais à mão(geralmente lápis ou caneta)e que não exijam grande complexidade para sua execução (não é possível imaginar um esboço realizado em mármoe por exemplo) mas nem por isso são menos importantes que a obra finalizada, muitas vezes acontece justamente o oposto, de o esboço possuir a vivacidade e a espontaneidade que a obra finalizada (geralmente realizada com muitos retoques)perde durante sua lenta execução. A este respeito, nos conta CHILVERS (Dicionário Oxford de Arte,p.176)que muitos esboços a óleo de Rubens e Constable foram melhor recebidos pela crítica da época do que suas pinturas finalizadas. O autor também nos lembra a diferença entre esboço e estudo, sendo este último "uma representação de um detalhe a ser empregado numa composição maior, e que pode ser altamente rebuscado".

Nenhum comentário:

Postar um comentário